PARECE UM PEIXE MAS É UM ANFÍBIO
Além “monstro aquático”, o axolote é também conhecido como “peixe que anda”. Por mais que isso impressione demais algumas pessoas, essa denominação não é correta. Isso porque na verdade o axolote é um anfíbio, sendo parentes próximos das salamandras. Por isso, realmente se parecem com esses animais e conseguem andar.
DENOMINAÇÃO EM HOMENAGEM AO DEUS ASTECA
Provavelmente o axolote é um animal muito antigo, com milhares de anos de existência. Por isso, antes mesmo de os espanhóis chegarem ao México, a espécie já vivia no local. De acordo com lendas locais, esse animal marinho seria a reencarnação do Deus asteca antigo de nome Xolotl, que era responsável pelo fogo e pela iluminação. De acordo com essa cultura antiga, o deus Xolotl tem corpo humano e a cabeça de monstro. Essa característica torna esse deus bastante semelhante à espécie de salamandra aquática.
O AXOLOTE É UM ANIMAL NEOTÊNICO
De acordo com a biologia, a neotenia é o nome dado ao fenômeno de permanecer com características larvais mesmo durante a idade adulta. Ou seja, mesmo depois de o animal se tornar sexualmente ativo, ele ainda manterá algumas das características do estado larval. Brânquias externas e barbatana caudal estão presentes nesses animais. Por isso, eles continuam habitando o ambiente aquático durante toda a vida, diferentemente das outras espécies de salamandras, que são terrestres após sofrerem metamorfose.
As salamandras são os únicos animais vertebrados que conseguem regenerar partes do corpo. E isso vem chamando a atenção de cientistas há décadas. Nos axolotes essa capacidade é ainda mais evidente, pois eles conseguem recuperar estruturas extensas sem sequer deixar cicatriz no local. Além de regenerar membros, o animal é capaz de reconstruir toda a sua medula espinhal. E isso tem um enorme potencial dentro da pesquisa científica porque pode trazer avanços médicos impressionantes em relação à regeneração de tecidos e recuperação da função.
O axolote é, sem dúvidas um dos animais que mais despertam a curiosidade humana. Por isso, eles são vistos também no mundo artístico. O pintor Diego Rivera incluiu imagens desses animais nos seus murais. Ademais, o poeta Octavio Paz fez dessa espécie um grande símbolo do México. No ano de 1956, o escritor argentino Julio Cortazar também divulgou um dos seus contos, que foi inspirado justamente nos axolotes.